segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A Espiritualidade do Natal na Espiritualidade Clássica

A Espiritualidade do Natal
na Espiritualidade Clássica
Texto selecionado pela OESI

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Oração inicial:
            "Deus Onipotente, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa natureza, e nascesse neste tempo de uma Virgem; concede que nós, renascidos e feitos teus filhos por adoção e graça, sejamos de dia em dia renovados por teu Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém" (Livro de Oração Comum – Século XVI). 

Alegria do Natal
 “Alegremo-nos, irmãos, rejubilem e alegrem-se os povos. Este dia tornou-se para nós santo não devido ao astro solar que vemos, mas devido ao seu Criador invisível, quando se tornou visível para nós, quando o deu à luz a Virgem Mãe” (Agostinho de Hipona – 354-430).

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A Bondade Divina
            “A bondade divina sempre olhou de vários modos e de muitas maneiras pelo bem do gênero humano, e são muitos os dons da sua providência, que na sua clemência concedeu nos séculos passados. Porém, nos últimos tempos superou os limites da sua habitual generosidade, quando, em Cristo, a própria Misericórdia desceu aos pecadores, a própria Verdade veio aos extraviados, e aos mortos veio a Vida. O Verbo, coeterno e igual ao Pai, assumiu a humildade da nossa natureza humana para nos unir à sua divindade, e Deus nascido de Deus, também nasceu de homem fazendo-se homem”. (Leão Magno – 390-461).

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A Manjedoura
 “Ele está deitado numa manjedoura, mas contém o universo inteiro; mama num seio materno, mas é o pão dos anjos; veio em pobres panos, mas reveste-nos de imortalidade; é amamentado, mas é também adorado; não encontrou lugar na estalagem, mas constrói para si um templo no coração dos seus fiéis. Tudo isto para que a fraqueza se tornasse forte e a prepotência se tornasse fraqueza. Por isso, não só não menosprezamos, mas mais admiramos o seu nascimento corporal e reconhecemos neste acontecimento quanto a sua imensa dignidade se humilhou por nós” (Agostinho – 354-430). 

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A Festa
“Esta é a nossa festa. Isto celebramos hoje: a vinda de Deus ao meio dos homens, para que, também nós cheguemos a Deus… celebremos, pois, a festa: não uma festa popular, mas uma festa de Deus, não como o mundo quer, mas como Deus quer; não celebremos as nossas coisas mas as coisas daquele que é nosso Senhor” (Gregório de Nazianzo). 

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A Libertação
“O menino que se encontra na manjedoura … aquele que rompeu o jugo que a todos oprimia”. “Fazendo-se Ele mesmo servo para nos chamar à liberdade”. (Efrém, no século IV).  

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A Lição do Natal
 “Mesmo sem dizer nada, deu-nos uma lição, como se irrompesse num forte grito: que aprendamos a tornar-nos ricos nele que se fez pobre por nós; que busquemos nele a liberdade, tendo Ele mesmo assumido por nós a condição de servo; que entremos na posse do céu, tendo Ele por nós surgido da terra”. (Agostinho de Hipona – 354-430).

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O Dia de Natal em nossa vida
“Reconheçamos o verdadeiro dia e tornemo-nos dia! Éramos, na verdade, noite quando vivíamos sem a fé em Cristo. E uma vez que a falta de fé envolvia, como uma noite, o mundo inteiro, aumentando a fé a noite veio a diminuir. Por isso, com o dia de Natal de Jesus nosso Senhor a noite começa a diminuir e o dia cresce. Por isso, irmãos, festejemos solenemente este dia; mas não como os pagãos que o festejam por causa do astro solar; mas festejemo-lo por causa daquele que criou este sol. Aquele que é o Verbo feito carne, para poder viver, em nosso benefício, sob este sol: sob este sol com o corpo, porque o seu poder continua a dominar o universo inteiro do qual criou também o sol. Por outro lado, Cristo com o seu corpo está acima deste sol que é adorado, pelos cegos de inteligência, no lugar de Deus que não conseguem ver o verdadeiro sol de justiça” (Agostinho de Hipona – 354-430).

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Santo berço do Presépio
“Com crescente alegria brilhe o céu e dê-se parabéns a si a gozosa terra: de novo, passo a passo, sobre o astro do dia aos seus caminhos anteriores… Oh! Santo berço do teu presépio, eterno Rei, para sempre sagrado para todos os povos e pelos próprios animais sem voz reconhecida” (Prudêncio, poeta hispânico do século IV).

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Liturgia da Palavra:
·         Isaías 9.1-7
·         Mateus 1.18-25
·         Lucas 2.1-20
·         Mateus 2.1-11

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A Pregação do Natal
“A virgem deu a luz, quem explicará? O Verbo se fez carne; quem explanará este mistério? Se o verbo de Deus vagiu na boca de uma criança, como poderá falar dele o homem cheio de imperfeição? Mas como a estrela iluminou os magos em busca da luz, assim a palavra do pregador deve dar a conhecer a seus ouvintes o nascimento de Deus, a fim de se regozijarem com o encontro com Cristo e, mais que perscrutarem  seus divinos segredos, honrarem com dádivas  o Menino-Deus.. Orai irmãos meus, para que se digne crescer, pouco a pouco, em minha palavra, aquele que aceitou crescer num corpo como o nosso.” Pedro Crisólogo  (406-450).

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O Sol da Justiça
 “Jesus é o novo sol que atravessa as paredes, invade os infernos, perscruta os corações. Ele é o novo sol que com os seus espíritos faz reviver o que está morto, restaura o que está velho, levanta o que está decadente e purifica ainda, com o seu calor, aquilo que é impuro, aquece o que está frio e consome o que o que não presta” (Máximo, bispo de Turim no século IV).

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Acolher o Natal
“Preparemo-nos pois, irmãos, para acolher o Natal do Senhor, adornemo-nos com vestes puras e elegantes! Falo, claro está, das vestes da alma, não do corpo… Adornemo-nos não com seda, mas com obras boas! Pois as vestes elegantes ornam o corpo, mas não podem adornar a consciência; pois seria muito vergonhoso trazer sob elegantes vestes elegantes, uma consciência contaminada. Procuremos acima de tudo embelezar os nossos afetos íntimos, e poderemos então vestir belas roupas; lavemos as manchas da alma para usarmos dignamente roupas elegantes! Não adianta dar nas vistas pelas vestes se estamos sujos em pecados, porque quanto a consciência está escura, todo o corpo fica nas trevas” (Máximo de Turim - †423).

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Alegria na gruta
“Terra e céu rejubilem juntamente, diante do Emanuel que os profetas anunciaram, tornado criança visível, que dorme num presépio”. “A alegria acaba de nascer numa gruta. Hoje os coros dos anjos unem-se a todas as nações para celebrar.... Hoje toda a humanidade, desde Adão, dança. Bendito seja Deus, recém-nascido” (Romano Melode, poeta siríaco do século VI).

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Nasceu o Salvador
Nasceu hoje, irmãos, o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza quando nasce a vida; a qual, destruindo o temor da morte, nos enche com a alegria da eternidade prometida. Ninguém está excluído da participação nesta alegria; a causa desta alegria é comum a todos, porque nosso Senhor, aquele que destrói o pecado e a morte, não tendo encontrado ninguém isento de pecado, a todos veio libertar. Exulte o santo porque está próxima a vitória; rejubile o pecador, porque é convidado ao perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida… Por isso é que, quando o Senhor nasceu, os anjos cantaram em alegria ‘glória a Deus nas alturas’ e anunciaram ‘paz na terra aos homens...’. Porque veem a Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo, obra inexprimível do amor divino, que, se dá tanto gozo aos anjos nas alturas do céu, que alegria não deverá dar aos homens cá na terra?” (Leão Magno – 390-461).

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Nasceu o verdadeiro Sol
 “Hoje nasceu para nós o Salvador. Nasceu, portanto, para todo o mundo o verdadeiro sol. Deus Fez-se homem para que o homem se fizesse Deus. Para que o escravo se tornasse senhor, Deus assumiu a condição de servo. Habitou na terra o morador do céu para que o homem, habitante da terra, pudesse encontrar morada nos céus” (Agostinho – 354-430).  

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O Cristo Menino
“Aquele que estava deitado na manjedoura fez-se frágil, mas não renunciou à sua condição divina; assumiu aquilo que não era, mas permaneceu aquilo que era. Eis que temos diante de nós Cristo menino: cresçamos juntamente com Ele” (Agostinho – 354-430). 

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A Sabedoria de Deus
“Chama-se dia do Natal do Senhor a data em que a Sabedoria de Deus se manifestou como criança e a Palavra de Deus, sem palavras, imitou a voz da carne. A divindade oculta foi anunciada aos pastores pela voz dos anjos e indicada aos magos pelo testemunho do firmamento. Com esta festividade anual celebramos, pois, o dia em que se realizou a profecia: A verdade brotou da terra e a justiça desceu do céu” (Sl 84.12). (Agostinho – 354-430). 

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Oração do Pai Nosso

O que o natal representava para os Pais da Igreja?
O que o Natal representa para você hoje?



quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

36 - Hipólito de Roma (160 - 235) Obra: Tradição Apostólica - Parte 2 (Capítulos 1 ao 7).

36
Estudo sobre os Pais da Igreja: Vida e Obra
Hipólito de Roma (160 - 235)
Obra: Tradição Apostólica
Parte 2  (Capítulos 1 ao 7).



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PARTE 2: CATECUMENATO E LITURGIAS DIVERSAS

1. Os novatos
Aqueles que são trazidos pela primeira vez para escutar a Palavra, sejam direcionados aos catequistas, antes da chegada do povo, e sejam interrogados sobre a razão pela qual resolveram se aproximar da fé. Aqueles que os trouxerem, dêem testemunho deles, informando se estão preparados para ouvir a Palavra. Sejam também interrogados sobre a vida que levam: se possuem esposa, se são escravos... Se algum deles for escravo de um fiel (irmão de fé) e o seu senhor permitir, que escute a Palavra; mas se o seu senhor não der bom testemunho dele, seja recusado. Se o seu senhor for pagão, seja-lhe ensinado a agradar seu senhor, para que se evite a blasfêmia. Se um homem possui mulher ou se uma mulher possui marido, sejam ensinados a se suportarem, o homem com a mulher e a mulher com o marido. Porém, se um homem não vive com a mulher, seja ensinado a não fornicar, recebendo a mulher conforme a Lei ou permanecendo como está. Se alguém estiver possuído pelo demônio, não escute a Palavra doutrinária enquanto não for purificado.

2. Profissões proibidas
Deve-se interrogar, também, a respeito dos trabalhos e ocupações exercidos por aqueles que se apresentam para ser instruídos. Aquele que possui prostíbulo: desista ou seja recusado. O escultor ou pintor: seja ensinado a não produzir ídolos, isto é, cesse ou seja recusado. O ator que representa no teatro: cesse ou seja recusado. O pedagogo: é bom que cesse, ensinando somente se não possuir outra habilitação. O cocheiro competidor e os que freqüentam espetáculos de luta: cessem ou sejam recusados. O gladiador, o treinador de gladiadores, o bestiário e os empresários de lutas gladiatórias: cessem ou sejam recusados. O sacerdote ou guardião de ídolos: abandone-os ou seja recusado. O soldado que recebe o poder de matar: não matará ninguém, mesmo se isto lhe for ordenado, nem prestará juramento. Se não concordar, seja recusado. O que possui poder de gládio e o magistrado da cidade, que se reveste de púrpura: renunciem ou sejam recusados. O catecúmeno e o fiel que desejam se tornar soldados: sejam recusados por desprezarem a Deus. A prostituta, o pervertido, o homossexual e qualquer outro que pratiquem atos indizíveis: sejam recusados por serem impuros. O mágico: não deve ser apresentado para o interrogatório. O feiticeiro, o astrólogo, o adivinho, o intérprete de sonhos, o charlatão, o ilusionista e o fabricante de amuletos: renunciem ou sejam recusados. A concubina, se for escrava do amante, se tiver educado os filhos e se tiver unido apenas a esse homem: pode ouvir a Palavra; caso contrário, seja recusada. Aquele que possuir uma concubina: renuncie a ela e receba uma mulher conforme a Lei; se não o quiser, seja recusado. Se tivermos omitido algo, as próprias ocupações dirão [se são ou não permitidas], pois todos nós temos o Espírito de Deus.

3. Os catecúmenos
Os catecúmenos devem escutar a Palavra por três anos. Se algum deles for dedicado e atencioso, não lhe será considerado o tempo: somente o seu caráter, e nada mais, será julgado. Cessando o catequista a instrução, rezarão os catecúmenos em particular, separados dos fiéis. As mulheres, sejam elas catecúmenas ou fiéis, permanecerão rezando em particular em qualquer parte da igreja. Ao concluírem as orações, ainda não darão a paz porque o seu ósculo ainda não será santo. Os fiéis, porém, saudar-se-ão, reciprocamente: os homens aos homens e as mulheres às mulheres; os homens não deverão saudar as mulheres. Estas devem cobrir a cabeça com um manto que não seja feito de linho, pois este tipo não serve para cobrir [a cabeça]. Após a prece, o catequista imporá as mãos sobre os catecúmenos, rezará e os dispensará. Não importa se é clérigo ou leigo: aquele que prega a doutrina deve assim agir. Se um catecúmeno for preso por causa do nome do Senhor, não deve se desesperar: se sofrer violência e morrer antes de ter recebido o perdão de seus pecados, será justificado por ter experimentado o batismo em seu sangue.

4. Os batizandos
Escolhidos aqueles que receberão o batismo, examinar-se-á suas vidas: se viveram com dignidade durante o catecumenato, se honraram as viúvas, se visitaram os doentes, se praticaram apenas boas obras. Ouvirão o Evangelho se aqueles que os apresentaram testemunharem a seu favor, dizendo que assim agiram. Sejam impostas as mãos diariamente sobre eles a partir do momento em que foram separados e sejam, ao mesmo tempo, exorcizados. Aproximando-se o dia do batismo, o bispo exorcizará cada um deles, para saber se é puro. Se algum deles não for bom ou puro, será colocado à parte, pois não ouviu a Palavra com fé, já que não possível que o estranho se oculte para sempre. Sejam os batizandos instruídos para que se lavem e banhem no quinto dia da semana; se uma mulher estiver menstruada, será posta à parte e receberá o batismo num outro dia. Os que receberão o batismo jejuarão na véspera do sábado e, no sábado, serão todos reunidos num mesmo local designado pelo bispo. Serão ordenados todos aqueles que rezarem e se ajoelharem; impondo as mãos sobre eles, o bispo exorcizará todos os espíritos impuros, para que fujam e não retornem mais. Terminando o exorcismo, soprar-lhe-á em suas faces. Após marcá-los na fronte, nos ouvidos e narinas com o sinal da cruz, ele ordenará que se levantem. Então permanecerão vigilantes durante toda a noite: ler-se-á para eles e também serão instruídos. Os batizandos não devem ter nada em seu poder, exceto o que trouxeram para a eucaristia. O que se tornou digno deve participar do sacrifício na mesma hora.

5. O Batismo
Ao cantar do galo, rezar-se-á, primeiramente, sobre a água. Deve ser água corrente, na fonte ou caindo do alto, exceto em caso de necessidade; se a dificuldade persistir ou se tratar de caso de urgência, deve-se usar a água que encontrar. Os batizandos se despirão e serão batizadas, primeiro, as crianças. Todos os que puderem falar por si próprios, falem. Contudo, os pais ou alguém da família falem por aqueles que não puderem falar por si mesmos. Depois batizem-se os homens e, por último, as mulheres (que deverão estar de cabelos soltos e sem os enfeites de ouro e prata que levaram). Ninguém deve descer às águas portando objetos estranhos. No instante previsto para o batismo, o bispo renderá graças sobre o óleo que será posto em um vaso e será chamado de óleo de ação de graças. Tomará também um outro óleo que exorcizará e será denominado de óleo de exorcismo. Então o diácono trará o óleo de exorcismo e ficará à esquerda do presbítero; outro diácono pegará o óleo de ação de graças e ficará à direita do presbítero. Acolhendo cada um dos que recebem o batismo, manda renunciar, dizendo: ─ Renuncia a ti, Satanás, a todo teu serviço e a todas as tuas obras! Terminada a renúncia de cada um, ungirá com o óleo de exorcismo, dizendo-lhe: ─ Afaste-se de ti todo espírito impuro! E irá entregá-lo nu ao bispo ou ao presbítero que está junto da água, batizando. O diácono também descerá com ele e, ao chegar à água aquele que será batizado, aquele que batiza lhe inquirirá, impondo-lhe as mãos sobre ele: ─ Crês em Deus Pai todo-poderoso?. E aquele que é batizado, responda: ─ Creio! Imediatamente, com a mão pousada sobre a sua cabeça, batize-o uma vez, perguntando-lhe a seguir: ─ Crês em Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Espírito Santo e da Virgem Maria, que foi crucificado sob Pôncio Pilatos, morrendo e sendo sepultado e, vivo, ressurgiu dos mortos no terceiro dia, subindo aos céus e sentando-se à direita do Pai, donde julgará os vivos e os mortos? Quando responder: "Creio", será batizado pela segunda vez. E lhe perguntará uma vez mais: ─ Crês no Espírito Santo, na Santa Igreja e na ressurreição da carne? Responderá o que está sendo batizado: "Creio", e será batizado pela terceira vez. Depois de subir da água, será ungido com o óleo santificado pelo presbítero, que dirá: ─ Te unjo com o óleo santo em nome de Jesus Cristo. Após isto, cada um se enxugará e se vestirá, entrando, a seguir, na igreja.

6. A Confirmação
Impondo as mãos sobre eles, o bispo fará a invocação, dizendo: ─ Senhor Deus, que os tornaste dignos de merecer a remissão dos pecados pelo banho da regeneração, torna-os dignos de ser repletos do Espírito Santo! Lança sobre eles a tua Graça para que te sirvam conforme a tua Vontade, pois a ti são a glória, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, pelos séculos dos séculos. Amém. Após isto, derramará o óleo santo nas mãos e dirá, colocando as mãos sobre a cabeça de cada um, a seu turno: ─ Eu te unjo com o óleo santo, no Senhor Pai todo-poderoso e em Jesus Cristo e no Espírito Santo. Marcando-o na fronte com o sinal da cruz, oferecer-lhe-á o ósculo, dizendo: ─ O Senhor esteja contigo! O que foi marcado responderá: ─ E com o teu Espírito. Assim deve proceder com cada um. Em seguida, rezarão com todo o povo, não podendo rezar com os fiéis enquanto não atingirem tudo isso. Após a oração, oferecerão o ósculo da paz.

7. A Primeira Eucaristia
Os diáconos oferecerão o sacrifício ao bispo e este dará graças sobre o pão, como exemplo do Corpo de Cristo, e sobre o cálice do vinho preparado, para imagem do Sangue que foi derramado por amor de todos que creem nele. Fará o mesmo sobre o leite e o mel misturados, recordando a plenitude da promessa feita aos antepassados. Nessa promessa, Deus anunciou a "terra onde correm leite e mel". Por ela, Cristo ofereceu a sua Carne e, assim como crianças, se alimentam os que creem, tornando suave a amargura do coração pela docilidade da Palavra. Da mesma maneira, o bispo renderá graças sobre a água do sacrifício, como representação do batismo, para que o homem interior, isto é, a alma, obtenha os mesmos dons que o corpo. Todos esses fatos devem ser explicados pelo bispo a todos que recebem. Partindo o pão e distribuindo-o em pedaços, dirá: ─ O Pão Celestial em Jesus Cristo. E o que está recebendo responderá: ─ Amém. Se não forem suficientes os presbíteros, peguem os cálices também os diáconos e, com dignidade, coloquem-se em ordem: primeiro o que segura a água; em segundo, o que segura o leite; em terceiro, o que segura o vinho. Os que recebem provem de cada cálice e, aquele que dá, diga três vezes: ─ Em Deus Pai Todo-poderoso. Responda o que recebe: ─ Amém. [O que dá:] ─ E em Nosso Senhor Jesus Cristo. [O que recebe:] ─ Amém". [O que dá:] ─ E no Espírito Santo e na Santa Igreja. E responda: ─ Amém. Assim se procederá com cada um. Após a cerimônia, rapidamente pratiquem o bem, agradem a Deus, vivam corretamente, coloquem-se à disposição da Igreja, praticando o que aprenderam e progredindo na piedade. Isto, de maneira resumida, vos transmito sobre o santo batismo e o Santo Sacrifício, pois já fostes instruídos sobre a ressurreição da carne e tudo o demais, conforme está escrito. Se algo deve ser recordado, diga o bispo secretamente aos que tiverem recebido o batismo, para que os não fiéis não venham a conhecer antes de também receberem. Esta é a ficha branca aludida por João ao dizer: "Um novo nome foi escrito nela e ninguém o conhece a não ser aquele que a receberá".

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